Sistema Reprodutor

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Sistema reprodutor 

 

 

O sistema reprodutor (ou sistema genital) humano produz, armazena, nutre e transporta as células reprodutoras funcionais masculinas e femininas – os gametas. Após a fertilização, quando o gameta masculino (espermatozoide) se une ao gameta feminino (ovócito secundário), a célula resultante – o zigoto –, contém um conjunto de cromossomos de cada um dos pais. A divisão celular, a migração celular, a morte celular programada, a diferenciação, o crescimento e o rearranjo celular transformam o zigoto, uma célula altamente especializada e totipotente, em um organismo humano multicelular, que crescerá e amadurecerá como parte integrante da próxima geração. 

 


OBS.:

Células-tronco totipotentes são aquelas capazes de formar células de qualquer tecido do corpo, inclusive tecidos embrionários e extra-embrionários (que formarão a placenta). Entretanto, estas células são efêmeras e desaparecem poucos dias após a fertilização. 

 

Para maiores informações sobre células-tronco, consulte: 

- DE SOUZA, V.F.; LIMA, L.M.C.; REIS, S.R.A.; RAMALHO, L.M.P.; SANTOS, J.N. Células-tronco: uma breve revisão. Rev Ciênc Méd Biol 2003; 2(2): 251-256.


 

Os componentes do sistema reprodutor incluem:

  • as gônadas;
  • um trato reprodutor ou genital interno;
  • glândulas e órgãos acessórios;
  • órgãos genitais externos.

 

As gônadas – testículos nos homens e ovários nas mulheres – têm função dupla: produzem gametas e secretam hormônios sexuais. Assim, desempenham também uma função endócrina, a qual é regulada pelo eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal. A gametogênese normal nas gônadas e o desenvolvimento e fisiologia do trato reprodutor são dependentes da função endócrina das gônadas. 

O trato genital está envolvido em vários aspectos do desenvolvimento, função, transporte e armazenamento dos gametas. Nos homens, é composto por ductos que recebem, armazenam e transportam os gametas. Na mulher, o gameta percorre as curtas tubas uterinas que se abrem no interior do útero, um órgão muscular, permitindo, assim, a fertilização, a implantação e a gestação. Uma curta via de acesso, a vagina, conecta o útero ao ambiente externo. 

Períneo masculino: vista inferior.
Figura: Vista inferior do períneo masculino. Fonte: VANPUTTE, C.L.; REGAN, J.L.; RUSSO, A.F. Anatomia E Fisiologia De Seeley. 10ª Ed. Porto Alegre, AMGH, 2016.

 

As glândulas e órgãos acessórios secretam líquidos nos ductos do sistema genital ou em outros ductos excretores. Os órgão genitais externos estão localizados na região do períneo e compreendem:

  • a vulva, na mulher, constituída por várias estruturas;
  • o pênis e escroto (que contém os testículos), no homem.

 

 


OBS.:

O períneo é a área entre as coxas delimitada anteriormente pela sínfise púbica, posteriormente pelo cóccix e lateralmente pelos ísquios. O períneo é dividido em dois triângulos por um conjunto de músculos que funcionam transversalmente entre os dois ísquios. O triângulo urogenital ou triângulo anterior masculino, contém as bases do pênis e do escroto. O triângulo anal menor, ou triângulo posterior, contém a abertura anal.


 

 

Sistema reprodutor masculino

 

 

O sistema reprodutor (ou genital) masculino é formado por:

  • testículos;
  • vias espermáticas: epidídimos, ductos (ou canais) deferentes, ductos ejaculatórios, uretra;
  • glândulas anexas: vesículas seminais, próstata, glândulas bulbouretrais;
  • pênis;
  • escroto (bolsa escrotal ou saco escrotal).

 

Os genitais masculinos internos incluem os testículos, epidídimos, ductos deferentes, ductos ejaculatórios, próstata, glândulas (vesículas) seminais, uretra e glândulas bulbouretrais.

 

Sistema reprodutor masculino.
Fonte: CÉSAR & CEZAR. Biologia. São Paulo, Ed Saraiva, 2002.

 

Os testículos produzem os espermatozoides e secretam hormônios. Um sistema de ductos transporta, armazena e auxilia na maturação dos espermatozoides, transportando-os para o exterior. O sêmen contém os espermatozoides mais as secreções fornecidas pelas glândulas sexuais acessórias. 

 

Testículos

 

Testículo.
Fonte: GOWDAK, D.; GOWDAK, L.H. Atlas de anatomia humana. São Paulo, FTD, 1989. 

Os testículos (direito e esquerdo) são as gônadas masculinas. Eles estão situados numa bolsa músculo-cutânea denominada escroto, a qual está localizada na região anterior do períneo, logo atrás do pênis. 

Cada testículo tem forma ovoide com aproximadamente 5 cm de comprimento, 3 cm de largura e 2,5 cm de espessura, pesando entre 10 e 15 g. Os testículos são cobertos por uma grossa cápsula de tecido conjuntivo denso (túnica albugínea) e divididos em cerca de 300 lóbulos por septos fibrosos. Em cada lóbulo existem de duas a quatro alças de túbulos seminíferos, cada uma delas finalizando em uma rede anastomosada de túbulos denominada rede testicular (rede do testículo ou rete testis).

A rede testicular é contínua com pequenos ductos, os dúctulos eferentes, que levam os espermatozoides do testículo para a cabeça do epidídimo, no polo superior do testículo. Uma vez no epidídimo, os espermatozoides passam da cabeça para o corpo e para a cauda do epidídimo e, em seguida, para o ducto (ou canal) deferente. Os espermatozoides viáveis podem ser armazenados na cauda do epidídimo e no ducto deferente por vários meses.

 

Túbulos seminíferos e células intersticiais dos testículos

 

Túbulo seminífero.
Figura: Secção transversal de um túbulo seminífero mostrando as várias células da linhagem espermatogênica ou seminífera. Fonte: HALL, JOHN E. Guyton & Hall Tratado De Fisiologia Médica. 13ª Ed. Rio De Janeiro, Ed. Elsevier, 2017.

Os túbulos seminíferos consistem em um lúmen central revestido por um epitélio seminífero especializado que contém duas populações distintas de células: 

  1. células da linhagem espermatogênica ou seminífera (espermatogônias, espermatócitos e espermátides), que formarão os espermatozoides (ver espermatogênese);
  2. células de Sertoli (ou de sustentação), as quais possuem processos citoplasmáticos que, de acordo com sua forma e localização, vão ajudar principalmente a sustentar as células da linhagem espermatogênica. 

 

 

Células de Leydig.
Modificado de: HALL, JOHN E. Guyton & Hall Tratado De Fisiologia Médica. 13ª Ed. Rio De Janeiro, Ed. Elsevier, 2017.

 

Situadas no tecido conjuntivo frouxo que circunda os túbulos seminíferos estão as células intersticiais, também chamadas de células de Leydig. Essas células produzem androgênios (principalmente testosterona), os quais são secretados para o líquido intersticial circundante. 

Assim, as funções dos testículos de produção de espermatozoides e produção de hormônios são realizadas por populações de células completamente diferentes.

 

 


OBS.:

As células de Sertoli são um exemplo de células com especializações estruturais regionalizadas que desempenham simultaneamente várias funções, incluindo controle da maturação e da migração das células germinativas, síntese de proteínas e esteroides envolvidos no controle da passagem das secreções entre compartimentos tubulares e intersticiais, manutenção da barreira hematotesticular, entre outras.

 

Para maiores informações sobre as células de Sertoli, consulte: 

- MONTEIRO, C.D., BICUDO, S.D. e TOMA, H.S. O papel das células de Sertoli na espermatogênese. PUBVET, 2010; 4(21): 850-857.


 

Vias espermáticas

 

Epidídimos

 

Epidídimo.
Modificado de: HALL, JOHN E. Guyton & Hall Tratado De Fisiologia Médica. 13ª Ed. Rio De Janeiro, Ed. Elsevier, 2017.

Como descrito anteriormente, dos testículos, os espermatozoides passam para os dúctulos eferentes e então para os epidídimos, que também são tubos enrolados de aproximadamente 6 metros de comprimento. 

Cada epidídimo estende-se longitudinalmente na borda posterior do testículo e apresenta:

  • uma dilatação superior que ultrapassa o polo superior do testículo, que é denominada cabeça;
  • um segmento intermediário que é o corpo;
  • uma porção mais estreitada inferiormente, que é a cauda do epidídimo.

 

Na cabeça do epidídimo, os dúctulos eferentes do testículos continuam por dúctulos muito tortuosos que em seguida vão se anastomosando sucessivamente para constituir um único tubo que é o ducto do epidídimo. Este ducto é tão sinuoso que ocupa um espaço de aproximadamente dois centímetros de comprimento, quando na realidade ele tem seis metros de extensão. Inferiormente, a cauda do epidídimo, tendo no interior o ducto do epidídimo, encurva-se em ângulo agudo para trás e para cima, dando seguimento ao ducto (ou canal) deferente. É justamente nessa curva, constituída pela cauda do epidídimo e início do ducto deferente, que ficam armazenados os espermatozoides até o momento em que são levados para o exterior (ejaculação).

O epidídimo apresenta três funções principais:

  1. monitora e ajusta a composição do líquido produzido pelos túbulos seminíferos;
  2. atua como um centro de reciclagem para espermatozoides danificados;
  3. armazena espermatozoides e facilita sua maturação funcional.

 

Aproximadamente duas semanas são necessárias para que os espermatozoides  passem  pelo epidídimo, período em que completam sua maturação em ambiente protegido. Embora já estejam maduros ao deixar o epidídimo, os espermatozoides permanecem imóveis. Para tornarem-se ativos, móveis e plenamente funcionais, os espermatozoides precisam passar por um processo de capacitação. Esse processo ocorre normalmente em duas fases: 

  1. os espermatozoides tornam-se móveis quando misturados às secreções das glândulas seminais;
  2. os espermatozoides tornam-se capazes de fertilização bem-sucedida quando a permeabilidade de seu membrana se altera em função da exposição às condições no interior do trato genital feminino.

 

Enquanto permanecem no trato genital masculino, uma secreção do epidídimo evita a capacitação prematura dos espermatozoides.

O transporte ao longo do epidídimo envolve uma combinação de movimentação do líquido e contrações peristálticas do músculo liso, até que os espermatozoides finalmente deixem a cauda do epidídimo e entrem no ducto deferente.

 

Ductos deferentes

 

Os ductos (ou canais) deferentes são dois tubos que partem da cauda dos epidídimos, circundam a bexiga urinária por trás passando um pouco acima pelos ureteres e se unem aos ductos ejaculatórios, onde desembocam as vesículas seminais. 

 

Sistema reprodutor masculino, mostrando o percurso do ducto deferente.
Fonte: VANPUTTE, C.L.; REGAN, J.L.; RUSSO, A.F. Anatomia E Fisiologia De Seeley. 10ª Ed. Porto Alegre, AMGH, 2016.

 

Ducto deferente.

Cada ducto deferente apresenta entre 40 e 45 cm de comprimento e sua primeira porção, que é mais ou menos sinuosa, ascende imediatamente por trás do epidídimo. Após circundar a bexiga urinária, o ducto deferente desce medialmente ao ureter e à vesícula seminal, onde se alarga para formar a ampola do ducto deferente. Então se estreita e une-se ao ducto da glândula seminal para formar o ducto ejaculatório.

 


OBS.:

Tanto o testículo como o epidídimo e a primeira porção do ducto deferente são diretamente envolvidos por uma membrana serosa denominada de túnica vaginal.


 

Ductos ejaculatórios

 

Ducto ejaculatório.

Cada ducto ejaculatório é um tubo fino que se origina pela união do ducto de uma glândula seminal com o ducto deferente. Os ductos ejaculatórios têm aproximadamente 2,5 cm de comprimento, originam-se próximo ao colo da bexiga urinária e correm muito próximos à medida que passam ântero-inferiormente através da parte posterior da próstata. Os ductos ejaculatórios convergem para se abrir na uretra prostática por meio de aberturas semelhantes a fendas. 

 

Uretra

Uretra.

 

A uretra masculina é um tubo muscular com cerca de 18-20 cm de comprimento, que conduz urina do óstio interno da uretra da bexiga urinária para o óstio (abertura) externo da uretra, situado na ponta da glande do pênis. A uretra também fornece uma saída para o sêmen (espermatozoides e secreções glandulares).

A uretra masculina apresenta quatro segmentos:

  1. parte pré-prostática (uretra no colo da bexiga urinária);
  2. parte prostática da uretra (uretra prostática);
  3. parte membranácea da uretra (uretra membranosa);
  4. parte esponjosa da uretra (uretra peniana).

 

A uretra pré-prostática ou uretra no colo da bexiga é uma parte da uretra masculina que se estende do colo da bexiga urinária até a face superior da próstata. Possui cerca de 1,5 cm de comprimento.

A uretra prostática ou parte prostática da uretra é uma parte da uretra masculina que passa por dentro da próstata. É contínua com a uretra pré-prostática, tem cerca de 4 cm de comprimento e é a parte mais larga e dilatável da uretra. Contém as aberturas dos ductos ejaculatórios e também uma região onde se abre a maioria dos dúctulos prostáticos. 

A uretra membranosa ou parte membranácea da uretra é a porção da uretra masculina contínua com a parte prostática da uretra. É a parte mais estreita e que sofre menor dilatação da uretra, também é a parte mais curta da uretra masculina. Sua camada muscular é representada por um esfíncter de músculo liso (involuntário) e um esfíncter de músculo estriado (voluntário). Ela controla a passagem de urina e de sêmen.

A parte esponjosa da uretra (uretra peniana) é a mais longa e passa através do bulbo e do corpo esponjoso do pênis. Ela começa na extremidade distal da parte membranácea da uretra e termina no óstio externo da uretra (abertura da uretra para o exterior). O lúmen da parte esponjosa da uretra mede aproximadamente 5 mm de diâmetro; contudo expande-se no bulbo do pênis para formar a fossa intrabulbar e na glande do pênis para formar a fossa navicular da uretra. De cada lado, os finos ductos da glândula bulbouretral abrem-se na porção proximal da parte esponjosa da uretra. Há também muitas aberturas diminutas dos ductos das glândulas uretrais que secretam muco na parte esponjosa da uretra.

 

Segmentos da uretra masculina e pênis.

 

Glândulas anexas

 

Vesículas seminais

Vesícula seminal: localização.

 

As vesículas seminais consistem em dois tubos muito tortuosos revestidos de epitélio secretor. Cada uma das vesículas seminais é uma estrutura alongada que se situa obliquamente acima da próstata, entre o fundo da bexiga urinária e o reto. 

O epitélio secretor das vesículas seminais secreta um liquido viscoso amarelado rico em proteínas seminais coagulantes, frutose e prostaglandinas, contribuindo com cerca de 70% a 80% do ejaculado humano. 

Vesícula seminal.

As vesículas seminais não armazenam espermatozoides; elas se contraem durante a ejaculação. Durante a ejaculação, cada vesícula seminal esvazia seu conteúdo no ducto ejaculatório, imediatamente após o canal deferente ter despejado os espermatozoides. Isso aumenta muito o volume de sêmen ejaculado e a frutose no líquido seminal é a maior fonte de energia para os espermatozoides ejaculados.

 

Acredita-se que as prostaglandinas auxiliem na fertilização de duas maneiras: 

  1. reagindo com o muco cervical feminino, tornando-o mais receptivo ao movimento do espermatozoide;
  2. possivelmente induzindo contrações peristálticas reversas para trás no útero e nas tubas uterinas, as quais movem os espermatozoides ejaculados em direção aos ovários.

 

Próstata

 

Próstata.
Traduzido e adaptado de: https://www.medicinus.net/glande-prostatique/?lang=en

A próstata, com diâmetro de aproximadamente 4 cm, é a maior glândula acessória do sistema reprodutor masculino. Situa-se abaixo da bexiga urinária e circunda a parte prostática da uretra desde o ponto em que emerge da bexiga urinária. A próstata aumenta lentamente de tamanho, desde o nascimento até a puberdade, quando então se expande rapidamente. O tamanho atingido por volta dos 30 anos de idade permanece estável até aproximadamente os 45 anos, quando um aumento adicional pode ocorrer, constringindo a uretra e interferindo com o fluxo de urina.

A próstata é envolvida por uma cápsula fibroelástica rica em músculo liso. Septos dessa cápsula penetram a glândula e a dividem em lóbulos. A parte glandular da próstata compreende aproximadamente dois terços da próstata; o outro terço é fibromuscular e cerca as glândulas. 

O tecido glandular da próstata consiste em um aglomerado de 30 a 50 glândulas, cujos ductos desembocam na uretra prostática. Essas glândulas são circundadas e envolvidas por uma espessa capa de fibras musculares lisas. As glândulas produzem o líquido prostático, que é armazenado até sua ejeção na parte prostática da uretra durante a ejaculação (pelas contrações peristálticas da parede muscular).

O líquido prostático, que contribui com 20 a 30% para o volume do sêmen, é uma secreção levemente alcalina, fina e leitosa que contém cálcio, ácido cítrico (utilizado pelos espermatozoides para a produção de energia), íon fosfato, várias enzimas como a fosfatase ácida específica da próstata, a amilase e a fibrinolisina, além do antígeno prostático específico (PSA, do inglês prostate-specific antigen), um valioso marcador proteico usado para a detecção precoce de câncer de próstata.

A leve alcalinidade característica do líquido prostático pode ser muito importante para a fertilização bem-sucedida, um a vez que: 

  • neutraliza a acidez dos outros líquidos seminais, da urina e do conteúdo vaginal ácido;
  • aumenta da mobilidade e fertilidade dos espermatozoides.

 

O líquido prostático também proporciona nutrientes e transporte para os espermatozoides e liquefaz o sêmen.

Da mesma maneira como a vesícula seminal, a estrutura e a função da próstata são reguladas por testosterona.

 

Glândulas bulbouretrais ou de Cowper

 

Glândula bulbouretra: localização.

As glândulas bulbouretrais ou glândulas de Cowper medem de 3 a 5 mm de diâmetro e situam-se logo abaixo da próstata, na porção membranosa da uretra (junto à raiz do pênis), onde lançam sua secreção.

Essas glândulas secretam um muco alcalino, espesso e viscoso que contribui para a neutralização de ácidos da urina que possam permanecer na uretra, além de oferecer lubrificação à extremidade do pênis.

 


OBS.:

O sêmen é uma mistura branco-leitosa e pegajosa de espermatozoides e secreções das glândulas acessórias. O líquido fornece um meio de transporte e nutrientes, além de conter substâncias químicas que protegem e ativam os espermatozoides e facilitam seu movimento. 


 

Pênis

 

O pênis é o órgão copulatório masculino, através do qual os espermatozoides são transferidos do homem para a mulher. O pênis consiste em uma raiz fixa e um corpo livre que termina em uma ponta alargada, a glande do pênis. A pele que cobre o pênis é frouxa e desliza distalmente para formar o prepúcio do pênis em torno da glande. 

 


OBS.:

Com frequência, o prepúcio é removido cirurgicamente, um procedimento chamado de circuncisão.


 

Pênis.
Modificado de: VANPUTTE, C.L.; REGAN, J.L.; RUSSO, A.F. Anatomia E Fisiologia De Seeley. 10ª Ed. Porto Alegre, AMGH, 2016.

Internamente, o pênis contém a parte esponjosa da uretra e três corpos cilíndricos longos de tecido erétil, cada um coberto por uma bainha de tecido conjuntivo denso. O enchimento desse tecido com sangue faz o pênis ampliar seu tamanho e tornar-se firme, permitindo que sirva como um órgão de penetração, um processo chamado ereção

Duas das colunas eréteis formam o dorso e os lados do pênis e são chamadas corpos cavernosos. Cada corpo cavernoso expande-se para formar o ramo do pênis, que é é circundado por um músculo isquiocavernoso. A terceira coluna, o corpo esponjoso, se expande na base para formar o bulbo do pênis (recoberto externamente pelo músculo bulboesponjoso) e na extremidade distal para formar a glande do pênis. Em conjunto, essas estruturas constituem a raiz do pênis.

 


OBS.:

A uretra esponjosa passa através do corpo esponjoso, penetra na glande e abre-se como o orifício externo da uretra. 


 

Escroto (bolsa ou saco escrotal)

 

O escroto é uma estrutura músculo-cutânea em formato de saco que contém os testículos, o epidídimo e a primeira porção dos ductos deferentes. Consiste em:

  1. pele frouxa;
  2. uma camada de fáscia superficial (túnica dartos);
  3. músculo liso.

 

Internamente, um septo incompleto de tecido conjuntivo divide o escroto em dois compartimentos, cada um contendo um único testículo com as estruturas associadas (apresentadas acima).

 

Escroto: vista interna.
Modificado de: TORTORA, G.J.; NIELSEN, M.T. Princípios De Anatomia Humana. 12ª Ed. Rio De Janeiro, Guanabara Koogan, 2013.

 

Escroto: rafe.

Externamente, o escroto é marcado na linha média por um cume irregular, a rafe (uma costura), que continua posteriormente ao ânus e anteriormente sobre a superfície inferior do pênis. A camada exterior do escroto inclui a pele, uma camada de fáscia superficial que consiste em tecido conjuntivo frouxo e uma camada de músculo liso chamada músculo dartos.

O aumento da temperatura dos testículos pode impedir a espermatogênese por causar degeneração da maioria das células dos túbulos seminíferos além das espermatogônias. Assim, os testículos se localizam na parte externa do corpo, dentro do escroto, que tem a função de termorregulação (aproximam ou afastam os testículos do corpo), mantendo-os a uma temperatura geralmente em torno de 2°C abaixo da temperatura corporal interna.

Escroto.

Nos dias frios, os reflexos escrotais fazem com que a musculatura do saco escrotal se contraia, puxando os testículos para perto do corpo para manter esse diferencial de 2°C. Isto é possível porque, em temperaturas baixas, o músculo dartos se contrai, fazendo a pele do escroto se tornar firme e enrugada, reduzindo a sua dimensão global. Ao mesmo tempo, os músculos cremaster, que são extensões da musculatura abdominal para o escroto, contraem e ajudam a puxar os testículos para mais perto do corpo, o que colabora para manter os testículos quentes.

Quando  a  temperatura  aumenta  devido  a  um  ambiente  mais quente, ou como resultado de exercício ou de febre, os músculos dartos e cremaster relaxam, e a pele do escroto torna-se solta e fina, permitindo que os testículos desçam para longe do corpo e mantenham-se refrigerados. A resposta dos músculos dartos e cremaster é importante, pois espermatozoides são muito sensíveis à temperatura e não se desenvolvem normalmente se os testículos se tornarem muito quentes ou muito frios. Assim, o saco escrotal também atua como um mecanismo de resfriamento para os testículos (mas um resfriamento controlado), sem o qual a espermatogênese poderia ser deficiente durante o clima quente.

 

 

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