Sistema Digestório

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Componentes do Sistema Digestório

 

 

Segmento digestório superior II: Estômago

 

 

O estômago é uma bolsa de parede musculosa, localizada no lado esquerdo abaixo do abdome, logo abaixo das últimas costelas. É um órgão muscular oco que liga o esôfago ao intestino delgado. Sua função principal é a digestão de alimentos proteicos. Com sua parede muito elástica e dobras semelhantes às de uma sanfona, pode expandir-se para acomodar cerca de 2 litros de alimento e líquido. Vazio, tem o tamanho aproximado de uma salsicha grande, mas é a parte mais elástica do trato GI e consegue acomodar uma grande quantidade de alimento. Quando está vazio, tem a forma de uma letra "J" maiúscula, cujas duas partes se unem por ângulos agudos. 

Está situado logo abaixo do diafragma, com sua maior porção esquerda do plano mediano. Pode ser visto como uma dilatação do canal alimentar que se segue ao esôfago e é continuado pelo intestino delgado (o estômago conecta o esôfago ao duodeno, a primeira parte do intestino delgado). 

A ligação do esôfago ao estômago é feita por um esfíncter muscular chamado esfíncter da cárdia, que impede o retorno do alimento para o esôfago. Entre o estômago e o intestino delgado existe um esfíncter chamado esfíncter pilórico, que mantém o alimento no estômago por mais tempo e impede o retorno do alimento parcialmente digerido que já passou para o intestino delgado.

Estômago: localização anatômica.

O estômago, cuja função principal é transformar o bolo alimentar em uma massa viscosa (quimo) por meio da atividade muscular e química, é responsável pela digestão química parcial dos alimentos e secreção de enzimas e hormônios (funções exócrinas e endócrinas). 

O estômago armazena o alimento e inicia a digestão de proteínas; secreta um líquido digestivo denominado suco gástrico, misturando-o com o alimento mediante uma ação semelhante ao agitar de uma batedeira. A mistura do alimento ingerido com o suco gástrico é chamada de quimo

No estômago, a digestão de proteínas e triglicerídeos começa, o bolo semissólido é convertido em líquido e determinadas substâncias são absorvidas.

Como uma refeição é ingerida muito mais rapidamente do que os intestinos conseguem digerir e absorver, uma das funções do estômago é atuar como um tonel de mistura e reservatório de retenção. 

Em intervalos apropriados, após a ingestão do alimento, o estômago força uma pequena quantidade de material para o interior da primeira parte do intestino delgado. A posição e o tamanho do estômago variam continuamente; o diafragma o empurra para baixo, a cada inspiração, e o puxa para cima, a cada expiração. 

 

Anatomia e histologia

 

Estômago: anatomia.

O estômago possui quatro regiões principais: 

a. cárdia: corresponde à junção com o esôfago (envolve a abertura superior do estômago);

b. fundo gástrico: situada superiormente a um plano horizontal que tangencia a junção esofagogástrica; parte arredondada, superior e à esquerda do cárdia.

c. corpo gástrico: corresponde maior parte do órgão; grande parte central do estômago, inferior ao fundo.

d. parte pilórica: porção terminal, continuada pelo duodeno; possui duas partes, o antro pilórico, que se conecta ao corpo do estômago, e o canal pilórico, que leva até o duodeno (a porção proximal da parte pilórica é denominada antro pilórico, à qual se segue uma porção mais estreitada, o canal pilórico, e finalmente o piloro, que corresponde à transição entre o estômago e o duodeno).

 

A superfície lateral convexa do estômago é a sua curvatura maior, e a superfície medial côncava, a sua curvatura menor. Esta última é também conhecida por canal gástrico, via preferencial dos líquidos. Na curvatura menor, entre sua parte vertical e a horizontal existe um sulco, a incisura angular, que corresponde, aproximadamente, ao limite do antro pilórico.

 

Histologicamente, a parede do estômago é composta das mesmas quatro camadas básicas do resto do TGI, com certas modificações: 

a. túnica mucosa: apresenta pregas gástricas, de direção predominantemente longitudinal e que desaparecem com a distensão do órgão. A túnica mucosa abriga numerosas glândulas gástricas, existindo as que se situam no nível do cárdia (glândulas cárdicas), do fundo e do corpo (glândulas gástricas próprias) e da parte pilórica (glândulas pilóricas). As glândulas gástricas se abrem na parte inferior de canais estreitos chamados de fovéolas (ou fossetas) gástricas. As secreções provenientes de diversas glândulas gástricas fluem para cada fovéola gástrica e, em seguida, para o lume do estômago;

b. tela submucosa: é composta por tecido conjuntivo moderadamente denso que contém vasos sanguíneos e linfáticos; além das células em geral encontradas no tecido conjuntivo, está infiltrada por células linfoides e macrófagos.

c. túnica muscular: consiste possui três camadas de músculo liso (em lugar das duas encontradas nos intestinos delgado e grosso): uma camada longitudinal externa, uma camada circular média e uma com fibras oblíquas interna. No piloro, a camada média encontra-se muito mais espessa para formar o esfíncter pilórico.

d. túnica serosa: o estômago é revestido por uma membrana serosa delgada, formada pelo peritônio visceral, que reveste a maior parte do órgão, exceção feita para área nua, uma pequena porção da parte posterior do estômago, na região do cárdia, e pelas curvaturas, que também são áreas nuas. A túnica serosa é composta de epitélio pavimentoso simples (mesotélio) e de tecido conjuntivo areolar; a parte da túnica serosa que recobre o estômago é parte do peritônio visceral. Na curvatura menor do estômago, o peritônio visceral se estende até o fígado, como o omento menor. Na curvatura maior do estômago, o peritônio visceral continua, para baixo, como o omento maior, caindo em dobras sobre os intestinos.

As regiões do fundo e corpo apresentam estrutura microscópica idêntica e, portanto, apenas três regiões são consideradas histologicamente: cárdia, fundo/corpo e parte pilórica (piloro ou antro). 

 

Estômago: histologia.
Fonte: http://qa.medcel.com.br/htmls/gastroenterologia/v2/gastro-cap-6.html

 

Digestão química e hormônios

 

Estômago: digestão química e hormônios

 

No estômago, o alimento sofre a ação da pepsina, enzima digestiva produzida por glândulas da parede do estômago, que atua sobre as proteínas, transformando-as em moléculas menores, como os peptídeos. 

Glândulas gástricas também produzem o ácido clorídrico (HCl), responsável pelo pH ácido necessário à atuação da pepsina (a pepsina é produzida sob a forma inativa, o pepsinogênio, sendo ativada pelo HCl). Esse ácido também atua de modo a matar microrganismos que são ingeridos juntamente com o alimento. 

Outra enzima do estômago é a lipase gástrica, que divide a cadeia curta de triglicerídeos nas moléculas de gordura (como aquelas encontradas no leite) em ácidos graxos e monoglicerídios. Um monoglicerídio consiste em uma molécula de glicerol que está presa a uma molécula de ácido graxo. Essa enzima, que possui um papel limitado no estômago do adulto, atua melhor em um pH de 6. 

No estômago também há produção de muco, que protege as paredes desse órgão contra a ação do suco gástrico, formado pelo HCl, pela pepsina e outros componentes. A transformação química que ocorre no estômago denomina-se quimificação, processo que transforma o bolo alimentar em outra massa, denominada quimo.

Os alimentos podem permanecer no fundo gástrico por aproximadamente uma hora sem serem misturados com o suco gástrico. Durante esse período, a digestão, por meio da amilase salivar, continua. Logo, no entanto, a ação de batedura mistura o quimo ao suco gástrico ácido, inativando a amilase salivar e ativando a lipase lingual, que começa a transformar triglicerídeos em ácidos graxos e diglicerídeos. 

 

Digestão mecânica

 

Diversos minutos após o alimento entrar no estômago, movimentos peristálticos ondulados e suaves, chamados de ondas de mistura, passam sobre o estômago a cada 15 a 25 segundos. Essas ondas maceram o alimento, misturando-o com secreções das glândulas gástricas, reduzindo-o a uma massa semilíquida, o quimo. À medida que a digestão prossegue no estômago, ondas de mistura mais vigorosas começam no corpo gástrico e se intensificam conforme chegam ao piloro. O músculo esfíncter do piloro, normalmente, permanece quase fechado, mas não completamente. Quando o alimento chega ao piloro, cada onda de mistura força, periodicamente, quase 3 mL de quimo para o interior do duodeno, através do músculo esfíncter do piloro, um fenômeno chamado de esvaziamento gástrico. A maior parte do quimo é forçada de volta para o corpo gástrico, no qual as ondas de mistura continuam. A próxima onda empurra o quimo para a frente, novamente, forçando-o um pouco mais para o interior do duodeno. Esses movimentos de um lado para o outro dos conteúdos gástricos são responsáveis pela maior parte da mistura do estômago. 

 

Resumindo: funções do estômago

 

1. Mistura saliva, alimento e suco gástrico para formar o quimo. 

2. Atua como reservatório para o alimento antes de liberá-lo para o intestino delgado. 

3. Secreta suco gástrico, que contém HCI (mata as bactérias e desnatura as proteínas; ativa a lipase lingual), pepsina (começa a digestão das proteínas), fator intrínseco (auxilia na absorção da vitamina B12) e lipase gástrica (auxilia na digestão de triglicerídeos). 

4. Secreta gastrina no sangue.

 

Estômago: estrutura e funções.
Adaptado de: TORTORA, G.J.; NIELSEN, M.T. Princípios de anatomia humana. 12ª ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2013.

 


OBS.: 

Apenas uma pequena quantidade de nutrientes é absorvida no estômago, porque suas células epiteliais são impermeáveis à maioria das substâncias. No entanto, as células mucosas do estômago absorvem um pouco de água, íons e ácidos graxos de cadeia curta, assim como determinados medicamentos (especialmente aspirina) e álcool. 


 

 

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