Sistema Cardiovascular

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Músculos cardíacos

 

Embora seja similar ao músculo esquelético, o miocárdio apresenta algumas características anatômicas especiais que refletem seu papel único de bomba sanguínea. Na verdade, o coração é composto por três tipos de músculos:

  • atrial
  • ventricular
  • fibras especializadas excitatórias e condutoras

 

Os músculos atrial e ventricular contraem-se semelhantemente ao musculo esquelético, mas com duração maior, contínua e involuntária; as fibras especializadas só se contraem fracamente por conterem poucas fibras contráteis: são especializadas na geração e condução de potenciais de ação. 

 

Músculos cardíacos.
Figura: Músculos cardíacos. O feixe de Hiss, com seus ramos direito e esquerdo, originam células especializadas chamadas de fibras de Purkinje.

 

 

Controle da frequência cardíaca

 

A atividade elétrica do coração

 

A atividade elétrica do coração.
Figura: A atividade elétrica do coração.

O nódulo (nó ou nodo) sinoatrial ou sinusal (SA) ou marcapasso é uma região especial do coração, que controla a frequência cardíaca. Está situado na parede lateral superior do átrio direito, próximo à abertura da veia cava superior. Ele é constituído por um aglomerado de células musculares especializadas (fibras especializadas excitatórias), com frequência rítmica de aproximadamente 72 contrações por minuto. 

Os feixes internodais (anterior, médio e posterior) originam-se do nódulo sinoatrial e estão conectados diretamente às fibras musculares atriais. Desta forma, potenciais de ação originados no nódulo sinoatrial se difundem rapidamente por ambos os átrios e depois, através do feixe atrioventricular [nódulo (nó ou nodo) atrioventricular (AV) ou feixe de His] e rede de Purkinje para os ventrículos. Em virtude dessa disposição especial do sistema de condução, ocorre retardo de mais de 0,1 segundo na passagem do impulso cardíaco dos átrios para os ventrículos. Isso permite que os átrios se contraiam antes da contração ventricular, bombeando assim sangue para o interior dos ventrículos antes de começar a forte contração ventricular para bombear o sangue pelo sistema vascular do corpo.

 


OBS.: 

- O músculo atrial se contrai cerca de 60 vezes por minuto e o músculo ventricular, cerca de 20 vezes por minuto. Devido ao fato de o nódulo sinoatrial possuir uma frequência rítmica mais rápida em relação às outras partes do coração, os impulsos originados do nódulo SA espalham-se para os átrios e ventrículos, estimulando essas áreas tão rapidamente, de modo que o ritmo do nódulo SA se torna o ritmo de todo o coração; por isso é chamado marcapasso.

- O feixe atrioventricular é composto de fibras especializadas na condução, que transmitem os impulsos com uma velocidade aproximadamente 6 vezes maior do que o músculo cardíaco normal. 


 

Controle nervoso do coração 

 

O controle nervoso da circulação é feito quase inteiramente por meio do sistema nervoso autônomo. Embora o coração possua seus próprios sistemas intrínsecos de controle e possa continuar a operar, sem quaisquer influências nervosas, a eficácia da ação cardíaca pode ser muito modificada pelos impulsos reguladores do sistema nervoso. O sistema nervoso é conectado com o coração através de dois grupos diferentes de nervos, parassimpático e simpático

A estimulação parassimpática (nervos vagos) causa os seguintes efeitos sobre o coração: 

(1) diminuição da frequência dos batimentos cardíacos; 

(2) diminuição da força de contração do músculo atrial; 

(3) diminuição na velocidade de condução dos impulsos através do nódulo AV (atrioventricular), aumentando o período de retardo entre a contração atrial e a ventricular; 

(4) diminuição do fluxo sanguíneo através dos vasos coronários que mantêm a nutrição do próprio músculo cardíaco. 

Todos esses efeitos podem ser resumidos, dizendo-se que a estimulação parassimpática diminui todas as atividades do coração. Usualmente, a função cardíaca é reduzida pelo parassimpático durante o período de repouso, juntamente com o restante do corpo. Isso talvez ajude a preservar os recursos do coração; pois, durante os períodos de repouso, indubitavelmente há um menor desgaste do órgão.

A estimulação simpática apresenta efeitos exatamente opostos sobre o coração: 

(1) aumento da frequência cardíaca; 

(2) aumento da força de contração; 

(3) aumento do fluxo sanguíneo através dos vasos coronários visando a suprir o aumento da nutrição do músculo cardíaco. 

Esses efeitos podem ser resumidos, dizendo-se que a estimulação simpática aumenta a atividade cardíaca como bomba, algumas vezes aumentando a capacidade de bombear sangue em até 100 por cento. Esse efeito é necessário quando um indivíduo é submetido a situações de estresse, tais como exercício, doença, calor excessivo, ou outras condições que exigem um rápido fluxo sanguíneo através do sistema circulatório. Por conseguinte, os efeitos simpáticos sobre o coração constituem o mecanismo de auxílio utilizado numa emergência, tornando mais forte o batimento cardíaco quando necessário.

Em geral, o aumento da atividade parassimpática é acompanhado por uma diminuição da atividade simpática, e vice-versa.

 

Controle nervoso do coração.
Fonte: GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 12ª ed. Rio de Janeiro, Ed. Elsevier, 2011.
Controle nervoso do coração.

 

A eficácia do bombeamento cardíaco é controlada também pelos nervos parassimpáticos (vagos) e simpáticos: para determinados níveis de pressão de afluxo atrial, a quantidade de sangue bombeada por minuto (DC= débito cardíaco) pode ser aumentada com frequência por até 100% pelo estímulo simpático. Por outro lado, o DC pode ser diminuído até zero ou quase zero por estímulo vagal (parassimpático). 

 


OBS.: 

- O sistema nervoso periférico (SNP) autônomo, como o próprio nome diz, funciona independentemente de nossa vontade e tem por função regular o ambiente interno do corpo, controlando, primariamente, a atividade dos órgãos viscerais. Ele contém fibras nervosas que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos lisos das vísceras e à musculatura do coração. Os sistemas simpático e parassimpático exercem ações opostas (antagônicas) em certas situações (por exemplo, controle da frequência cardíaca, musculatura lisa gastrointestinal), mas não em outras (por exemplo, glândulas salivares, músculo ciliar).

- As fibras nervosas parassimpáticas colinérgicas trafegam até́ o coração via nervo vago, inervando o nodo SA, o nodo AV e o músculo atrial. Quando estimulados, esses nervos parassimpáticos secretam acetilcolina nas células cardíacas.

- A liberação de noradrenalina dos nervos simpáticos ativa receptores adrenérgicos no coração, notadamente no nodo sinoatrial (SA), nodo atrioventricular (AV), sistema condutor de His-Purkinje, e tecido contrátil atrial e ventricular. Em resposta à estimulação dos nervos simpáticos, a frequência cardíaca (cronotropismo), a força de contração ventricular (inotropismo) e a velocidade de transmissão no tecido condutor cardíaco (dromotropismo) são aumentadas.


 

Fatores que alteram a frequência cardíaca

 

Diminuem a frequência cardíaca

  • aumento da pressão arterial
  • tristeza

 

Aumentam a frequência cardíaca

  • queda da pressão arterial
  • excitação
  • medo, raiva
  • dor, febre
  • hipóxia (redução da disponibilidade de oxigênio nos tecidos)
  • exercícios físicos

 

 

 

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